Linfedema

O linfedema é uma condição crônica caracterizada pelo acúmulo de fluido linfático nos tecidos, causando inchaço, geralmente nos braços ou pernas. Isso ocorre devido a uma falha no sistema linfático, que é responsável por drenar o excesso de líquido e proteínas dos tecidos e transportá-los de volta para a corrente sanguínea. O linfedema pode ser primário, causado por anomalias congênitas, ou secundário, resultante de danos ou obstruções no sistema linfático devido a cirurgias, infecções, câncer ou radioterapia.

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Causas e Fatores de Risco

Linfedema Primário

O linfedema primário é causado por anomalias congênitas no sistema linfático e pode se manifestar em diferentes momentos da vida:

  1. Congênito: Presente ao nascimento, embora os sintomas possam surgir mais tarde.
  2. Precoce: Desenvolve-se durante a infância ou adolescência.
  3. Tardio: Manifesta-se na idade adulta, frequentemente sem causa aparente.

Linfedema Secundário

O linfedema secundário é o mais comum e ocorre devido a danos ou obstruções no sistema linfático. Fatores de risco incluem:

  1. Cirurgias: Especialmente aquelas que envolvem a remoção de linfonodos, como nas cirurgias de câncer de mama.
  2. Radioterapia: Pode danificar os vasos linfáticos e linfonodos.
  3. Infecções: Infecções recorrentes, como a erisipela, podem causar danos ao sistema linfático.
  4. Traumas: Lesões que danificam os vasos linfáticos.
  5. Obesidade: Pode aumentar o risco e a gravidade do linfedema.
  6. Câncer: Tumores podem obstruir os vasos linfáticos.
Sintomas

Os sintomas do linfedema variam de leve a grave e podem incluir:

  1. Inchaço: Inchaço persistente em partes do corpo, geralmente nos braços ou pernas de maneira assimétrica. Pode afetar uma ou ambas as extremidades.
  2. Desconforto e Dor: Sensação de peso, dor ou desconforto na área afetada.
  3. Alterações na Pele: A pele pode tornar-se mais espessa, endurecida e menos flexível. Pode ocorrer fibrose.
  4. Diminuição da Mobilidade: O inchaço e a dor podem limitar a amplitude de movimento.
  5. Infecções Repetidas: A área afetada pode ser mais propensa a infecções, como celulite e erisipela.
  6. Aparência Alterada: Pode ocorrer deformidade na área afetada devido ao inchaço crônico.
Diagnóstico

O diagnóstico de linfedema é baseado na história clínica, exame físico e, em alguns casos, exames complementares:

  1. História Clínica: Avaliação dos sintomas, histórico de cirurgias, infecções e outros fatores de risco.
  2. Exame Físico: Inspeção visual e palpação da área afetada.
  3. Exames de Imagem: Linfocintilografia e ultrassonografia com ou sem doppler podem ser utilizados para avaliar o sistema linfático e a extensão do linfedema.
Tratamento

Embora não haja cura para o linfedema, existem várias opções de tratamento que podem ajudar a controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida, prevenindo deformidades e incapacidade física:

  1. Terapia de Compressão: Uso de bandagens compressivas, meias ou mangas para reduzir o inchaço e prevenir a progressão da doença.
  2. Drenagem Linfática Manual (DLM): Técnica de massagem suave que estimula a drenagem do fluido linfático.
  3. Exercícios Físicos: Atividades físicas supervisionadas que ajudam a melhorar a circulação linfática e a manter a mobilidade.
  4. Cuidados com a Pele: Manter a pele limpa e hidratada para prevenir infecções.
  5. Terapia de Pressão Pneumática: Dispositivos que aplicam pressão intermitente para ajudar na drenagem linfática.
  6. Controle do peso
  7. Cirurgia: Em casos graves, procedimentos cirúrgicos, como a lipoaspiração para linfedema ou a transferência de linfonodos, podem ser considerados.
Manejo e Suporte

O manejo do linfedema é contínuo e requer uma abordagem multidisciplinar:

  1. Educação do Paciente: Informar os pacientes sobre a condição, técnicas de autocuidado com prevenção de lesões de pele e unhas, e a importância da aderência ao tratamento.
  2. Apoio Psicológico: O suporte emocional e psicológico pode ser crucial para lidar com o impacto do linfedema na qualidade de vida.
  3. Monitoramento Regular: Consultas regulares com profissionais de saúde para monitorar a condição e ajustar o tratamento conforme necessário.
Prevenção

Para prevenir o linfedema, especialmente em pessoas com alto risco, como aquelas que passaram por cirurgias ou tratamentos oncológicos, é importante:

  1. Manter um Peso Saudável: Controlar o peso corporal para reduzir a pressão sobre o sistema linfático.
  2. Praticar Exercícios Regulares: Manter-se fisicamente ativo para promover a circulação linfática.
  3. Evitar Infecções e Lesões: Cuidar bem da pele, unhas e evitar traumas na área de risco.
  4. Usar Roupas de Compressão: Seguir as orientações médicas sobre o uso de roupas compressivas para prevenir o acúmulo de fluido.

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